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Brasileira Recepta fecha acordo para combater câncer.

17 de julho de 2015 Pesquisa e Desenvolvimento

Brasileira Recepta fecha acordo para combater câncer.

Um acordo entre a empresa de biotecnologia brasileira Recepta Biopharma e a americana Mersana Therapeutics abre portas para a criação de um remédio que combate o câncer de forma mais eficiente que os usados atualmente e responde a necessidades ainda não atendidas pelas drogas no mercado. Os cientistas brasileiros criaram um anticorpo que unido a uma toxina produzida pela empresa dos Estados Unidos ataca apenas as células com tumor, praticamente sem efeitos colaterais às células sadias.


A parceria prevê que a Recepta ofereça à Mersana os direitos mundiais do anticorpo monoclonal e que os americanos utilizem uma técnica criada por eles, chamada Fleximer, para desenvolver um imunoconjugado contra o câncer. “Eles conseguiram aperfeiçoar o ligante, que é o que une o anticorpo à toxina. Há empresas que licenciam a tecnologia para quem tem o anticorpo e outras, como a Recepta, licencia o anticorpo para quem tem a toxina”, explicou o presidente da Recepta, José Fernando Perez.


É o primeiro acordo de licenciamento de propriedade intelectual de um medicamento que uma empresa de biotecnologia brasileira faz com uma companhia estrangeira. “Licenciar propriedade intelectual no Brasil é raro, em geral vendemos commodities, mas se tratando de indústria farmacêutica e um remédio para câncer é ainda mais excepcional”, disse o presidente da empresa, que pode receber pagamentos à vista e também por marcos que venham a ser atingidos no desenvolvimento e na comercialização da droga num total de U$ 86 milhões.


O anticorpo foi desenvolvido em conjunto pelo Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer, uma entidade sem fins lucrativos parceira da Recepta. Parte da pesquisa que começou em 2007 foi financiada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém cerca de 16% do capital da Recepta, empresa fundada em 2006. O remédio ainda irá passar por testes clínicos, última fase antes da comercialização efetiva do medicamento. A empresa brasileira terá a exclusividade na venda do medicamento no Brasil, pagando royalties para Mersana.


O BNDES realizou dois aportes na Recepta, desde 2012, uma aposta dentro da estratégia do banco de incentivar a pesquisa em biotecnologia. O planejamento foi dividido em dois pilares: o primeiro, investir em empresas maiores que pudessem explorar fórmulas cujas patentes estivessem quebradas; a outra era incentivar companhias menores, mas com claro foco em inovação. “A Recepta representa a materialização do que a gente desejaria para uma empresa de tecnologia”, disse o chefe do departamento da área farmacêutica do BNDES, Pedro Palmeira.


A BNDESPar tem participações diretas em duas empresas de saúde com foco em medicamentos biológicos. Além da Recepta, o banco ainda é parceiro da Biomm, indústria de medicamentos com foco na produção de insulina via biotecnologia. Em conjunto, foram investidos cerca de R$ 50 milhões nos planos de negócios.


“O avanço do conhecimento de biotecnologia, de multiplicação de organismos vivos para produção de medicamentos pode transbordar para outras áreas, para química industrial, para química verde. Enfim, tem um grau de multiplicação do conhecimento muito grande”, afirmou Palmeira.


A Recepta obteve também apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o desenvolvimento do anticorpo. Para Gabriel Biscaia, gerente da BNDESPar, o acordo “representa a consolidação do modelo de negócio em pesquisa e desenvolvimento, a indústria precisa de casos de sucesso”. Outro remédio contra o câncer já está na fase de testes clínicos. Mais três devem entrar na fase final de avaliação já no próximo ano.



Fonte: Valor Econômico. "Brasileira Recepta fecha acordo para combater câncer". Por Robson Sales. https://bit.ly/2DN6rnn

Fonte fotográfica: Valor Econômico. https://bit.ly/2DN6rnn

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